O
VESTIDO AZUL
“Num bairro pobre de uma cidade distante, morava
uma garotinha muito bonita. Ela frequentava a escola local. Sua mãe não tinha
muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram
muito velhas e maltratadas. A professora ficou penalizada com a situação da
menina e comentou: ‘como é que uma menina tão bonita pode vir para a escola
assim tão mal arrumada?’. Preocupada com isto, ela separou algum dinheiro do
seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar um vestido novo, azul,
para a menina. A menina ficou linda naquele vestido azul!
Porém, quando a mãe viu a filha naquele lindo
vestido, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo,
fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias,
pentear seus cabelos, cortar suas unhas e a cuidar melhor dela. Quando acabou a
semana, o pai falou: ‘mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo
tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que
tal você ajeitar as coisas da casa e eu, nas horas vagas, dar uma pintura nas
paredes, consertar a cerca e plantar um jardim’. E assim fizeram...
Logo mais, a casa se destacava na pequena vila,
pela beleza das flores que enchiam o jardim e pelos cuidados em todos os
detalhes. Tudo ficou tão arrumado naquela casinha, que os vizinhos ficaram
envergonhados por morarem em barracos feios e resolveram também arrumar as suas
casas, plantar flores e usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro
todo estava transformado!
O trabalho daquela comunidade ficou tão bom que,
dias mais tarde, uma pessoa influente na cidade e que acompanhara os esforços e
as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das
autoridades. Pensando assim, ela foi ao prefeito expor suas ideias e saiu da
Prefeitura com autorização para formar uma comissão para estudar e propor os
melhoramentos que seriam necessários naquele bairro.
Ao final do processo, com a integração do poder
público e a comunidade, a rua de pó e lama foi coberta por asfalto e recebeu
calçadas de pedra, os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou
ares de cidadania e passou a proporcionar mais conforto e segurança para os
seus habitantes.”
Tudo começara com um simples VESTIDO AZUL doado
por uma professora sensibilizada com aquela sua aluna! Não era intenção da
professora consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o
bairro. Ele apenas fez o que podia; deu a sua contribuição e fez o primeiro
movimento, que acabou levando as outras pessoas a se motivarem e a lutarem por
mais melhorias.
Então, cabe
uma pergunta simples, mas profunda e
que deve ser respondida com muita sinceridade por todos nós: “será que cada um
de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive?” Por acaso somos daqueles
que somente apontamos os buracos da rua, as crianças maltrapilhas e sem escola
e a violência que só faz aumentar?
LEMBRE-SE: É DIFÍCIL MUDAR TODAS AS COISAS E
LIMPAR TODA A RUA;
MAS É FÁCIL CUIDAR DA NOSSA PRÓPRIA CALÇADA.